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6 de mai. de 2012


    A beleza que tristemente se esvai, marca cicatrizes profundas na alma doentia e febril de ira, cólera envenenadora do sangue - outrora purificado na poesia. 
       Por onde caminha essa poesia? A poesia que floresce entre árvores secas e espinhentas, com pétalas rubras da dor de não se suportar nas raízes que habita. Onde cada gota de orvalho alimenta a esperança, regozijando-se de alento por não estar só, mas por estar unida à lágrima que escorre da fenda, trincada pela suavidade do amor.
       Tento inutilmente agarrar a felicidade que se encontra no imo da beleza, mas à menor tentativa, suas pétalas se fecham e ela se oculta no esquecimento.
       É preciso libertá-la, deixá-la dançando com a brisa do seu próprio encanto...
       Algo de mim nela habita, assim como ela detém um fragmento de uma existência minha, viva nas lembranças semi-apagadas pelas mortes diárias das ilusões cultivadas em seu lugar.

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